quinta-feira, março 02, 2006

Lincença

Peço licença por um momento
um instante que possa demorar meses
anos talvez
queiram me desculpar
peço licença.

Preciso pensar...

É que já não me sinto capaz de olhar
mais nenhum de vocês nos olhos
não me sinto capaz de dizer uma palavra coesa
ou qualquer discurso
desses meus tão vazios discursos
que expressariam e fariam entender
as sensações que perdi.

Vou tentar explicar...

Estou desolado, perdido e rasgado, esfolado
coberto de cortes, em total ausência de sortes
e sem sentir um qualquer desconforto
pois os alarmes de dor há muito se foram
cambaleio sóbrio
pra lá e pra cá.

Se nem dores consigo sentir
imaginem vocês
a que distância do amor
e em que realidade suspensa
me vejo obrigado a existir.

Me agarro aqui
me apoio acolá
machuquei o meu pé de apoio
num paraíso bonito
do outro lado da ilha
e sem nenhum lamento
fui banido de lá.

É mais ou menos isso que sinto
e se ainda perguntam se são esses os malogros que pinto
em paineis de algodão grampeado em madeira
faço desse poeminha a minha resposta mais verdadeira.

Por um breve e imensurável momento
peço lincença.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Toda...

2:02 PM  
Anonymous Anônimo said...

Foda!! :]
nd mais à dizer...
abraço, :P

5:07 PM  
Anonymous Anônimo said...

é que derrepente você não pode perder o que nunca teve. e derrepente não é nada além do nada mesmo. insignificante, abobado de si é aquele que pensa que há beleza em sua pobre representação do vazio existencial naquilo que chama de sua arte.

7:12 PM  

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