quarta-feira, setembro 20, 2006

Custoso é cultivar palavras
pra em seguida versos eu colher
quando no peito dou adubo ao vácuo
à inanidade espaço pra crescer.

Ah, se não me fosse a sanha
a raiz forte que me deixa em pé
eu não furava os dedos nessas letras
engoliria qualquer porção de fé .

É que essa fé que já vem pronta
embalada e limpa pra consumo
é um tanto desgotosa.

Já as palavras de uma hortinha suja
cultivadas com descrenças mil
são bem mais saborosas.

3 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Réquiem para Xerocs Porcoration.
>SIGH< Um suspiro anônimo. Em meio a ecos agora MP3 de Mutantes, Triumvirat e Emerson Lake & Palmer, viaja em rodas céleres de bicicleta, por viadutos vazios às 3 da manhã. Eis que durante sua propagação metamorfoseia-se linguisticamente numa forma inteligível: "Haverá jamais algum Xerocs Porcoration #4, outro pedaço novo de mim, outro petisco cerebral aditivo? orgulhoso estou de ter os três desfrutado, ainda que agora desafortunado seja eu. Em ais ribombam os céus de minh'alma, em não havendo mais algum e eis-me entresourando downloads rarados e agora raros qual cinzas de um ente finado ou um antigo bibelô..."

7:42 PM  
Anonymous Anônimo said...

Talvez a fé em si mesmo tenha um gosto e este seja custoso também.

2:55 PM  
Blogger Lilian Bento said...

Dia desses plantei um dicionário.
Nasceram primeiro os As: abacate, adedonha, amante, amora.
E assim foi: dedo, dinheiro, doce, dueto.
Mas tô num dilema: não sei se corto o pé antes do G.

11:37 AM  

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